Fundação Dom Cabral mapeia condições das estradas brasileiras e aponta trecho da BR-381 entre os mais perigosos do país

Por Rádio Cidade

31/07/2018 às 14:01

Pesquisadores da Fundação Dom Cabral (FDC) fizeram um mapa dos pontos críticos de rodovias que cortam Minas Gerais e a conclusão apontou o que todos já sabemos: a necessidade de mais investimentos para diminuir o número de acidentes e mortes nas estradas.

Os dados são de um raio-X de 200 mil quilômetros de rodovias feito no país que mostrou que quase a METADE delas – 45,3% – está em condições ruins. Nos trechos sem acostamento, com pista e simples e pouca sinalização acontece a maior parte dos acidentes.  Esse foi, por exemplo, o cenário da tragédia ocorrida no Norte de Minas, em Francisco Sá, recentemente. Oito pessoas morreram e 64 ficaram feridas em um engavetamento envolvendo 11 veículos na BR-251.

A BR-381 que liga Minas Gerais ao Espírito Santo tem pista simples e o trânsito é pesado. A esperada duplicação até já começou, há cinco anos, mas as obras vêm se arrastando e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não tem previsão de quando serão entregues. No ano passado, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mais de 200 pessoas morreram em acidentes nessa estrada na 381.

O pesquisador da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, diz que uma matriz de transporte diversificada precisa ser criada:

Nos trechos administrados pela iniciativa privada, temos estradas em boas condições na maioria dos casos. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), dos cerca de nove mil e duzentos quilômetros de estradas privatizadas, aproximadamente três mil quilômetros precisam ser duplicados, mas somente 570 estão prontos.

A previsão dos pesquisadores é de uma piora significativa das estradas, em um futuro bem próximo, mesmo com os investimentos programados.

A ANTT informou que as concessionárias que não cumprem prazos de duplicação das rodovias concedidas podem ser multadas ou perder a concessão.

Sobre a duplicação da BR-381, o Dnit informou que os atrasos foram provocados pela complexidade da obra e pela restrição orçamentária.