A conta do prejuízo do produtor rural sobe a cada novo dia de greve dos caminhoneiros. Luciano Marcial tem uma loja de insumos na Ceasa Caratinga e não conseguiu vender nada nesta semana.

Sem poder se deslocar para as Ceasas e transportar mercadorias pelas estradas, verduras, legumes e frutas não chegam ao consumidor e se perdem. Em alguns casos, para evitar o desperdício, é possível fazer doação. Foi o que aconteceu em Ubaporanga. O produtor rural Ney entrou na cidade com seu caminhão carregado de banana e distribuiu à população. Segundo ele, a carga estava avaliada em R$ 1.400,00.

Só para citar alguns setores do agronegócio, em âmbito nacional, a fruticultura perdeu mais de R$ 310 milhões. Mais de 90% da indústria de proteína animal está comprometida, impactando 208 fábricas em todo o país. O setor de carne suína e de frangos calcula as perdas em US$ 350 milhões, enquanto para as empresas de leite, o rombo é de R$ 510 milhões.

De acordo com o Hospital Márcio Cunha, o número de doadores de sangue reduziu cerca de 50% devido à greve dos caminhoneiros. Com isso, o estoque do banco de sangue, que depende diretamente de doações da população, está com baixa em todos os tipos sanguíneos.

Segundo o hospital, os doadores estão enfrentando dificuldades no deslocamento até o setor de hemoterapia para fazer a doação de sangue. O estoque de sangue do hospital serve para atende transfusões em cirurgias de pacientes oncológicos e em estado de emergência, por exemplo.

Conforme a assessoria do HMC, não há previsão de quanto tempo o hospital vai conseguir continuar atendendo os pacientes que precisam de transfusão.

Para doar sangue é preciso agendar pelo telefone (31) 3829-9600 ou comparecer à Hemoterapia do Hospital Márcio Cunha, no Bairro das Águas, em Ipatinga. O setor funciona de segunda a sexta-feira.

O combustível que chegou na noite dessa segunda-feira (28) no Posto Esplanada, em Caratinga, já se esgotou. Como noticiado, o caminhão tanque foi abastecido em Governador Valadares, sob escolta, a pedido da Prefeitura de Caratinga.  Todo o combustível foi usado para abastecer veículos da administração municipal, da Polícia Militar e bombeiros. O objetivo é garantir a prestação dos serviços essenciais à população.

Segundo o proprietário do posto, Kaká Cimini, o combustível acabou logo pela manhã:

Kaká Cimini disse que está tentando negociar um novo carregamento em Governador Valadares para atender ao menos parte da população de Caratinga. Mas não há qualquer garantia de que consiga.

O proprietário explicou que os postos que têm bandeira e que normalmente compram em Belo Horizonte não estão conseguindo carregar:

Por enquanto não há previsão de restabelecimento da oferta de combustíveis em Caratinga.

O posto de combustível Esplanada, em Caratinga, recebe nesta noite (28) um caminhão carregado com combustível para garantir os serviços essenciais prestados no município.

Segundo o proprietário do posto, Kaká Cimini, serão contemplados setores específicos, sendo proibida a liberação do combustível para qualquer outro veículo:

O proprietário do posto acredita que a normalização não será imediata a partir do fim da greve:

Durante o abastecimento dos carros oficiais a polícia fará uma escolta e logo que o combustível acabar o posto será fechado.

Muitos hospitais pelo Brasil estão tendo dificuldade de garantir insumos para pleno funcionamento. É o caso do Hospital César Leite. A direção do hospital de Manhuaçu determinou a suspensão de internações para cirurgias eletivas (aquelas que não são de urgência ou emergência) e as atividades de estágio até o término das manifestações dos caminhoneiros.

Segundo a diretoria do hospital, a greve vem comprometendo a entrega de materiais médicos, como órteses e próteses, medicamentos, gêneros alimentícios, oxigênio hospitalar, gás de cozinha, dentre outros. Se a paralisação dos caminhoneiros se mantiver por mais de seis dias, a partir de hoje, outras medidas serão tomadas para garantir o atendimento de urgência e emergência.

Já a direção do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Caratinga, garante que há insumos suficientes para manter as atividades durante a greve dos caminhoneiros. Segundo Eliane Silvério, do departamento financeiro do hospital, os insumos estão sendo comprados em Caratinga para garantir a entrega e as cirurgias agendadas estão suspensas por precaução.

Funcionários da hemodiálise informaram à nossa reportagem que o atendimento segue normalmente com todos os materiais necessários ao suporte dos pacientes.

Mesmo com o Governo Federal cedendo a várias reivindicações do movimento grevista dos caminhoneiros, a categoria parece não estar satisfeita. As associações que representam os caminhoneiros e as transportadoras aprovaram a proposta do governo, mas muitos motoristas não deixaram os locais de manifestações em diferentes pontos do país.

Em Caratinga, há concentração no Bairro das Graças e outro grupo segue na BR-116 perto de Inhapim. O carreteiro Paulo afirma que outras demandas devem ser atendidas em prol de toda a população:

Os caminhoneiros têm contado com a ajuda da comunidade vizinha dos locais de manifestação. O caminhoneiro Jandirão, parado próximo a Inhapim, diz que comida não tem faltado:

Outro grupo de caminhoneiros que permanece no trevo de Realeza também tem recebido alimentação com frequência.

O Casu-Hospital Irmã Denise, do Centro Universitário de Caratinga (Unec), aguarda a publicação no Diário Oficial do seu credenciamento ao Sistema Único de Saúde (SUS). Uma última formalidade legal a ser cumprida, a partir desta publicação, será a assinatura de um contrato de prestação de serviços com a Prefeitura de Caratinga. Isso é necessário para que o município possa repassar os recursos provenientes da União e do Governo do Estado ao Casu-Hospital e, junto com o Conselho Municipal de Saúde, fiscalizar sua aplicação.

Na última semana, o credenciamento do Casu-Hospital ao SUS foi homologado pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) durante reunião na sede do Governo do Estado, em Belo Horizonte. A homologação já foi informada ao Ministério da Saúde.

Estrutura

O Casu-Hospital vai colocar à disposição dos pacientes do SUS uma infraestrutura moderna, com equipamentos de ponta, equipe técnica especializada e centro cirúrgico composto por três salas com capacidade técnica para cirurgias de alta complexidade. Do total de 61 leitos, nove leitos clínicos, seis leitos cirúrgicos, quatro leitos pediátricos e dez leitos de UTI Adulto foram habilitados ao SUS. Todos passaram por inspeção da Vigilância Sanitária da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano.

Logo que a publicação for feita, a direção do Casu-Hospital irá se manifestar para dar mais detalhes.

A Polícia Militar de Minas Gerais se manifestou de forma oficial para tranquilizar a população quanto à garantia da segurança pública durante a greve dos caminhoneiros. Segundo porta voz da PM, Major Santiago, não vai faltar gasolina nos batalhões.

A CEASA de Caratinga registrou movimento fraquíssimo na manhã de hoje (28) em virtude da greve dos caminhoneiros. Dificuldade no transporte e preços em alta prejudicam o comércio de mercadorias. O produtor da cidade de Ubaporanga, Alisson Silveira, comenta sobre a situação vivida na Central de Abastecimento e cita como exemplo o preço do tomate que dobrou:

Paulo Chaves, produtor do distrito de Santa Efigênia, destaca a dificuldade de transporte dos alimentos e falta de compradores na Ceasa de Caratinga: