Como noticiamos nessa quinta-feira (13), a partir de hoje (14), o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, de Caratinga, reduz a prestação de serviços. Somente urgência e emergência serão mantidas seguindo critérios de triagem, internações e cirurgias. Todo atendimento básico será interrompido. O provedor do hospital, Padre Moacir Ramos Nogueira, falou com a imprensa nesta sexta-feira para esclarecer os motivos da medida:
O terceiro motivo está relacionado ao recurso do Fundo Nacional de Saúde, repassado pela Prefeitura de Caratinga. Parte da verba está retida, porque é condicionada ao cumprimento de metas.
Padre Moacir disse que a ajuda recebida até agora – de emenda parlamentar, da Igreja Católica e da comunidade – impediu que a suspensão das atividades acontecesse antes.
Pacientes encaminhados ao hospital passarão por triagem para determinar a gravidade do caso. Eles poderão ser atendidos na instituição ou na UPA de Caratinga:
Padre Moacir destacou que a mesa diretora está mobilizada para tentar reverter o quadro:
Alguns vereadores da Câmara de Caratinga tinham a intenção de repassar para o hospital a sobra do orçamento do poder legislativo do exercício de 2018. Todos os meses a câmara recebe aproximadamente R$ 190 mil do poder executivo, o que corresponde a 7% do orçamento do município. Quando a Câmara não utiliza toda a verba, ao final do ano, a mesa diretora do legislativo tem optado por devolver aos cofres da prefeitura.
A ideia era doar a sobra de R$ 2 milhões deste ano para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Entretanto, o prefeito Welington Moreira se manifestou dizendo que a prefeitura não pode fazer repasses a nenhum órgão ou instituição que não tenha a documentação necessária para prestar contas – e este é o caso do hospital de Caratinga.
Para o assessor jurídico do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, Douglas de Freitas Benedito, tanto a assinatura do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público, que determinaria o repasse mensal dos municípios, quanto a doação da verba da Câmara Municipal, não dependem das Certidões Negativas de Débito do hospital.
Esta é a segunda suspensão temporária de prestação de serviços do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. A primeira foi em agosto de 2017, também devido à crise financeira. Naquela ocasião, os serviços foram retomados aos poucos dois meses depois.