Caratinga recebe materiais para instalação da unidade descentralizada do SAMU Regional, que será montada na sede dos bombeiros
Como anunciamos no Jornal da 89 dessa terça-feira (21) e no boletim da manhã de hoje (22), Caratinga recebeu materiais para compor a unidade descentralizada do SAMU Regional Leste/Vale do Aço nesta quarta-feira. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, 192, é aguardado no município e em toda a região há anos. Agora, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência do Leste de Minas, Consurge, prevê o início das atividades para o próximo mês de agosto.
O diretor executivo do Consurge, Narcélio Alves Costas, esteve na manhã de hoje na sede do Corpo de Bombeiros Militar para a entrega dos materiais. A sede dos bombeiros, na avenida Tancredo Neves, será a base do SAMU em Caratinga.
Narcélio Alves disse que o SAMU Regional será coordenado a partir da base montada em Governador Valadares. Se as etapas forem cumpridas conforme planejado, o serviço entra em operação na segunda quinzena de agosto.
O bombeiro militar Tenente Gabriel Halabi destacou que a parceria com o SAMU já acontece em todo o Estado de diferentes formas, além da adotada em Caratinga, com o compartilhamento de uma mesma sede. Tenente Halabi também explicou a diferença da atuação entre bombeiros e SAMU.
Vários profissionais da saúde e de outras formações esperam serem chamados para o trabalho desde que foram aprovados no processo seletivo promovido em 2016 pelo consócio Cisvales (Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Vales). De acordo com o diretor executivo do Consurge, Narcélio Alves, o resultado do processo será respeitado, apesar de não ter sido homologado. O contrato de trabalho valerá por um ano até a realização de concurso público.
Os profissionais serão contatados por telefone e e-mails, além dos canais de contato com o próprio consórcio que podem ser acessados pelos interessados.
Apenas Caratinga e Piedade de Caratinga aderiram ao SAMU, até o momento. Os demais municípios da microrregião precisam formalizar a adesão caso queiram ser atendidos pelo serviço.
Caminhão cai de ponte, dentro de rio, depois de pneu estourar. Carona não se afogou graças ao socorro prestado por populares
Um caminhão caçamba caiu da ponte próxima ao restaurante Recanto Mineiro, na BR-116, entre Ubaporanga e Inhapim, na manhã de hoje (22). Segundo o condutor do caminhão Messias Nogueira Rodrigues, de 53 anos, ele transportava uma mudança para Santo Antônio do Manhuaçu, quando um dos pneus estourou. Em seguida o veículo quebrou a mureta de proteção da ponte e caiu dentro da água.
O bombeiro militar Sargento Fernandes falou sobre o resgate das vítimas, explicando que, quando chegaram ao local, os socorristas de Ubaporanga já tomavam as primeiras providências.
A vítima que exigiu mais atenção é o ajudante Manuelito Sinésio, de 34 anos. Ele ficou preso na cabine do caminhão e foi retirado da cabine por moradores das proximidades até a chegada das equipes de socorro.
Prefeitura de Caratinga quer comprar hidroxicloroquina para tratamento precoce da Covid-19. Pesquisas ainda apresentam resultados controversos
Como a Rádio Cidade vem divulgando, a Prefeitura de Caratinga promoveu nessa segunda-feira (20) duas licitações para compra de medicamentos e testes rápidos com previsão de gasto de até R$ 10 milhões. Desse total, R$ 2,6 milhões deverão ser destinados à aquisição de 30 mil testes rápidos. O restante, mais de R$ 7 milhões, poderão ser empregados na compra de fármacos para o tratamento precoce da Covid-19, daqueles pacientes que se isolam em casa, conforme protocolo instituído pela prefeitura recentemente.
Além da compra de ivermectina, sulfato de zinco, nitazoxanida e enoxaparina subcutânea, também está na lista a hidroxicloquina 400mg. Segundo a prefeitura, por se tratar de um processo de licitação, a quantidade de cada medicamento e os valores são “fechados” após a conclusão do processo, quando são feitos os pedidos. Portanto, ainda não é possível saber quanto Caratinga irá gastar, do total previsto de R$ 7,5 milhões, na compra de hidroxicloroquina.
Grupos de médicos no Brasil e no mundo têm feito uso desses medicamentos nas primeiras fases do tratamento da Covid-19 e se baseiam em estudos empíricos para defender sua adoção em protocolos de saúde pública. O assunto é controverso, justamente porque não há evidência científica que comprove a eficácia deste protocolo, oferecido como alternativa ao paciente. Quando ele foi divulgado, a pneumologista e médica da prefeitura, Maria José Ligeiro Marques, disse que havia evidências clínicas dos benefícios:
O que dizem as pesquisas
Na semana em que a prefeitura publicou o protocolo e a Dra. Maria José se pronunciou, havia sido divulgado um estudo americano com resultados positivos acerca do uso da hidroxicloroquina nos pacientes com Covid-19. A pesquisa mostrou que a droga teve a taxa de mortalidade reduzida pela metade. O método do estudo, no entanto, foi alvo de críticas nos Estados Unidos, porque a equipe do Sistema de Saúde Henry Ford que o conduziu, na cidade de Detroit, não tratou os pacientes aleatoriamente, mas os selecionou para vários tratamentos com base em determinados critérios.
Na última quinta-feira (16), novos resultados de duas pesquisas que avaliaram o uso da hidroxicloroquina no contexto da Covid-19 foram divulgados e replicados pela Sociedade Brasileira de Infectologia no dia seguinte. Um dos estudos foi conduzido nos Estados Unidos e no Canadá, trabalhando com grupos de pessoas que receberam a medicação e que não receberam (sendo administrado o chamado placebo). Os resultados já publicados apontam que não houve diferença significativa entre os dois grupos com relação à severidade dos sintomas.
O segundo estudo, também já publicado em revista científica, foi aplicado na Espanha em grupos que receberam a medicação e que se submeteram ao tratamento convencional. Conforme os pesquisadores, não foi percebida nenhuma diferença significativa na redução da carga viral no dia 3 ou dia 7, depois do início do tratamento precoce. Portanto, o tratamento não reduziu o risco de hospitalização e não diminuiu o tempo de resolução dos sintomas.
Mário Borges é ouvinte da Rádio Cidade. Ele mora em Belo Horizonte e vem com frequência a Caratinga, pois é casado com uma caratinguense. Ao saber da licitação da compra de hidroxicloroquina, pela prefeitura, ponderou:
Borges também contesta o dinheiro gasto com a hidroxicloroquina, uma vez que o Governo Federal informou que distribuiria o medicamento aos municípios que quisessem trabalhar com este protocolo:
De acordo com a Prefeitura de Caratinga, o Governo Federal não está distribuindo hidroxicloroquina para os municípios.
Posição da SBI e da AMB
Na última sexta-feira (17), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) recomendou oficialmente, que a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da Covid-19. A sociedade considera urgente que os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde, não gastem dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais. Por outro lado, espera que o recurso público seja usado em medicamentos que comprovadamente são eficazes e seguros para pacientes com Covid-19 e que estão em falta, tais como anestésicos e bloqueadores neuromusculares, além de aparelhos como oxímetros, testes RT-PCR e investimento em leitos de UTI.
Logo em seguida, no dia 19 de julho, a Associação Médica Brasileira (AMB) defendeu, em nota, a autonomia do médico na indicação da hidroxicloroquina e criticou a politização do tema. A nota, entre outras colocações, destaca que o uso de medicamentos fora da indicação original, constante na bula, na tentativa de cura de diversas doenças, é uma prática consagrada na medicina. Sem ela, várias enfermidades estariam sem tratamento.