Ministério Público abre inquérito para apurar responsabilidades pelo desabamento da encosta que comprometeu dezenas de moradias no bairro Rodoviários

Por Rádio Cidade

08/01/2021 às 16:34

O Ministério Público instaurou inquérito para apurar as causas e a responsabilidade pelo desabamento da encosta de cerca de trinta metros, que levou à interdição de dezenas de moradias no bairro Rodoviários, em Caratinga. A investigação foi aberta após o município não ter apresentado a cópia integral do processo que autorizou a construção do talude que estava andamento. O MP pretende averiguar se há risco para as estruturas dos imóveis e danos à coletividade.

De acordo com a Prefeitura de Caratinga, o ofício do Ministério Público foi protocolado na véspera do recesso do recesso forense, por isso o município pediu prorrogação do prazo para envio. A 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de Caratinga, então, deu cinco dias para o encaminhamento de cópia do processo, com as advertências de praxe. Além disso, os proprietários da área que desabou deverão ser ouvidos no próximo dia 13.

Família desamparadas

Um mês depois da tragédia que causou grande dano patrimonial a dezenas de famílias, os moradores do Residencial Íris e do edifício Turquesa ainda não conseguiram qualquer tipo de assistência para amortizar nem mesmo parte do prejuízo. Uma casa foi condenada pela defesa civil e vários apartamentos foram desocupados logo na noite do desabamento. Desde então, cerca de 120 pessoas tiveram que buscar abrigo na casa de parentes ou amigos, providenciando em seguida o aluguel de outro imóvel.

Dos 45 apartamentos do Residencial Íris, 40 estão financiados. Segundo o síndico Jander Fonseca, a resposta da Caixa Econômica Federal quanto à possibilidade de cobertura da seguradora do contrato de financiamento foi negativa.

A prefeitura também já comunicou que as famílias não têm o perfil que se enquadra no auxílio do aluguel social.

Algumas horas depois do desabamento os moradores retornaram aos poucos para retirar móveis e outros pertences. Jander conta que alguns têm esperança de voltar às suas casas. Outros dizem não se sentir seguros, mesmo depois de concluída uma nova intervenção para tentar estabilizar a área.

O laudo geológico do terreno não recomenda qualquer tipo de obra durante o período chuvoso. Até mesmo o material que cedeu deve permanecer intocado, pois estaria colaborando para dar sustentação à base do talude. Não há qualquer previsão de quando as famílias estariam autorizadas a retornar.

 

A análise das informações constantes no processo de autorização da obra de contenção e das que forem obtidas pelo Ministério Público junto aos proprietários da área será feita contando com apoio técnico de engenheiros.