O vereador de Santa Bárbara do Leste, William Faria, se apresentou na delegacia de Caratinga para prestar esclarecimentos sobre a acusação de infração sanitária e violação de urna funerária. No último domingo (25), ele abriu um caixão lacrado, dentro do cemitério de Santa Bárbara, sob o argumento de que o idoso que seria sepultado não havia morrido de Covid-19 e, por isso, a família tinha direito a velório com caixão aberto.

O fato ganhou repercussão nacional a partir da publicação do vídeo que mostra William rompendo o lacre da urna com um facão, mostrando o atestado de óbito e fazendo um discurso criticando as autoridades de saúde. A Polícia Militar e a Vigilância Sanitária foram acionadas.

William prestou depoimento acompanhado do advogado Alexsandro Victor de Almeida. Segundo o advogado, seu cliente abriu o caixão porque o atestado de óbito o convenceu de que o idoso não havia morrido devido à Covid e a família não se opôs.

O atestado aponta como causas da morte: insuficiência respiratória aguda, síndrome respiratória aguda grave e broncopneumonia. Por esse motivo, foi colhido material para exame PCR, a fim de descartar ou confirmar infecção pelo novo coronavírus. Como o idoso morreu poucas horas depois de dar entrada na UPA de Caratinga, o resultado do exame ainda não foi emitido.

O Ministério da Saúde preconiza que pacientes confirmados e suspeitos de Covid-19, que venham a óbito, devem seguir o protocolo de segurança sanitária para evitar que outras pessoas se infectem. Nestes casos, o corpo não é preparado com flores, nem velado em caixão aberto, como de costume.

Apesar de ter ciência deste protocolo, William levou em conta o que constava no laudo médico na hora do sepultamento e o advogado do parlamentar argumenta que a autoridade sanitária precisaria rever este critério.

O vereador William Faria é filiado ao Partido dos Trabalhadores. Nesta semana o diretório estadual comunicou publicamente seu afastamento e considera expulsá-lo pelo o que considerou “falta gravíssima”. Além disso, a Câmara de Vereadores de Santa Bárbara do Leste vai discutir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na reunião do próximo dia 5 para investigar o fato.

Alexsandro de Almeida também falou sobre a decisão do PT de afastar seu cliente do partido e da intenção da Câmara de instaurar a CPI.

É grave o estado de saúde do cão que foi agredido a pauladas e depois jogado na lixeira, pelo próprio dono, no bairro Santo Antônio, em Caratinga. Ele saiu do coma, mas o quadro ainda inspira cuidados.

Sanção, como está sendo chamado pela protetora Amélia Gomes que o levou à clínica veterinária, foi agredido na terça-feira (27), mas somente ontem foi socorrido depois que vizinhos viram o Pastor Alemão agonizando em meio ao lixo.

A médica veterinária Aline Botelho conta como recebeu o animal.

Segundo Aline, Sanção começa a reagir com alguns reflexos. Hoje fez um ultrassom abdominal que mostrou aumento do baço por causa da doença do carrapato. Mas o quadro grave se deve ao traumatismo craniano.

O tutor do cão, de 39 anos, foi conduzido à delegacia. Em sua defesa, disse que o animal estava muito agressivo e espumava pela boca. Então o agrediu com medo de que ferisse sua família. De acordo com o policial militar Subtenente Sanches, ele alegou que só teria se defendido e jogou o cão no lixo, porque pensou que ele estivesse morto.

Foi registrada ocorrência de maus-tratos. O homem foi ouvido e liberado. O caso será investigado.

Está preso temporariamente o homem apontado como autor do assassinato de Isaac Moreira da Rocha, de 38 anos. A vítima foi morta em uma propriedade rural que fica no Córrego Brejaúba, zona rural de Ubaporanga, no dia 23 de fevereiro deste ano. A princípio, Isaac teria sido morto por um animal da fazenda que teria perfurado o corpo dele com chifres e o pisoteado. Contudo, o laudo pericial da vítima identificou múltiplas perfurações causadas por instrumento compatível com faca. Segundo a Polícia Civil, os ferimentos são muito diferentes de lesões que poderiam ter sido provocadas por um animal. As investigações avançaram até identificar dois homens que teriam agido juntos. O outro suspeito é parente do primeiro e está foragido. De acordo com o delegado Rodrigo Cavassone, o crime teve motivação passional.

Por um tempo, os autores acreditaram que a história da morte por ataque de um animal os livraria da acusação, mas as investigações indicam que o assassinato foi, inclusive, planejado.

O delegado disse que câmeras de segurança mostraram dois homens em uma moto se dirigindo ao local do homicídio e voltando em seguida. As roupas e os capacetes dos ocupantes do veículo foram identificados, ficando implícito que os dois participaram da execução de Isaac.

O homem apontado como autor tem 40 anos e foi preso hoje (29). Ele foi abordado quando conduzia um ônibus de trabalhadores rurais para colheita de café. O veículo foi interceptado nesta manhã, na operação “Dando Nome aos Bois”. O alvo do mandado de prisão portava um revólver calibre 38 com cinco munições para o qual não tinha direito de posse. Na casa dele foram apreendidos um capacete, uma jaqueta e uma camisa utilizadas no dia do homicídio.

O inquérito que apura homicídio qualificado, por motivo torpe, se favorecendo da dificuldade de defesa da vítima, deverá ser concluído em até trinta dias. O inquérito da posse ilegal de arma de fogo será encerrado em dez dias.

Quem tiver informação sobre o investigado de 30 anos que está foragido pode entrar em contato anonimamente pelos telefones (33) 3322-6532 ou 181.