Os dois motores do avião que caiu na zona rural de Caratinga causando a morte da cantora Marília Mendonça e de mais quatro pessoas deixaram Caratinga na madrugada de hoje (10). As peças saíram do pátio da Fervel, empresa contratada para remoção e transporte dos destroços, por volta das 4h. O destino é o Centro de Serviços Aeronáuticos, em Goiânia.Havia sido anunciado que os motores seguiriam para a empresa que os fabricou em Sorocoba, São Paulo, mas houve mudança de planos. Os demais destroços foram encaminhados ontem para a sede do SERIPA III, no Rio de Janeiro, onde as análises continuam.

O Centro de Serviços Aeronáuticos de Goiânia possui estrutura e disponibilidade para que os técnicos do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III) analisem os equipamentos. O objetivo das investigações do Cenipa, órgão da Força Aérea Brasileira que engloba sete Seripas, é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram.

O delegado da Polícia Civil de Caratinga, Ivan Sales, informa que o proprietário da aeronave já foi ouvido. Nos próximos dias a Polícia Civil irá colher outros depoimentos enquanto aguarda a conclusão dos laudos periciais.

As investigações da Polícia Civil acontecem paralelas à do Cenipa e a conclusão terá o menor prazo possível, considerando a análise de fatores contribuintes.

É FALSO o vídeo que circula em redes sociais que fala sobre vazamento de fotos do corpo da cantora Marília Mendonça depois do acidente ocorrido em Caratinga.  A Polícia Civil garante que todas as providências foram tomadas para que isso não ocorresse, respeitando também as demais vítimas.

A preservação das imagens dos corpos era uma das prioridades e começou antes mesmo da retirada das vítimas da aeronave. Todas foram cobertas para evitar fotos ou filmagens dos populares que estavam nas imediações e até mesmo da imprensa.

O delegado regional Ivan Sales disse hoje (10) que ele próprio assumiu a tarefa, que foi bem sucedida.

Também é FALSA a notícia de que houve conduta indevida dos funcionários da funerária Uni e Paz. O delegado Ivan Sales esteve lá e o gerente da funerária, Victor Rocinski, falou nesta quarta-feira sobre o vídeo de uma das maiores especialistas nesta área que foi mal interpretado.

O comentário da especialista sobre abuso de corpos em IMLs no Brasil gerou em alguns o entendimento equivocado de que isto poderia ter acontecido em Caratinga. No entanto, a Polícia Civil e os responsáveis pela funerária são categóricos em afirmar que tudo foi feito com a maior cautela possível, dentro da ética profissional que o serviço exige.

O diretor da Uni e Paz, Paulo Andrade, destacou o trabalho de cerca de 24h feito pelos colaboradores da empresa diante de uma ocorrência de tamanha repercussão.

Segundo Paulo Andrade, junto com a pandemia de coronavírus, que chegou a gerar demanda de cerca de quinze corpos por dia, no período mais crítico, este foi o trabalho mais desafiador da Uni e Paz devido a todo o contexto.