Suspeitos do assalto à relojoaria Pontual estão presos preventivamente. Advogado acusado de receptar joias foi incluído no inquérito

Por Rádio Cidade

04/02/2022 às 15:10

Os dois indivíduos suspeitos de terem assaltado a relojoaria Pontual, no dia 25 de janeiro, em Caratinga, estão presos temporariamente. O primeiro, de 32 anos, foi detido sob acusação de tráfico de drogas em operação conjunta das polícias Civil e Militar, no último dia 27. O segundo, de 19 anos, foi localizado na manhã desta sexta-feira (04). Parte dos materiais roubados, com valor estimado em R$ 30 mil, foi recuperada na casa do advogado que representa o primeiro suspeito detido. Ele também foi conduzido à delegacia e é investigado por receptação.

 

 

A Polícia Civil vem colhendo provas do envolvimento dos suspeitos neste assalto. Nesta tarde o delegado Sávio Moraes falou sobre a prisão do segundo acusado.

O delegado contou que, durante as investigações, foi identificada a participação de um advogado que teria receptado o ouro roubado como pagamento de seus honorários.

Para o delegado, há elementos suficientes para comprovar que o advogado sabia da origem ilícita do material.

O advogado suspeito de receptação publicou nota esclarecendo que no dia 27 de janeiro seu escritório foi acionado para acompanhar a prisão em flagrante do indivíduo de 32 anos, acusado de tráfico. Como os familiares do acusado alegaram não ter como pagar em espécie pelos serviços advocatícios, ele foi remunerado com quatro peças de ouro. Posteriormente, foi informado pela Polícia Civil que se tratavam de produto de roubo. Diante disso, o advogado entregou as peças espontaneamente ao delegado.

O advogado destaca que não compactua com qualquer comportamento contrário à lei e que em momento algum lhe foi relatado que as peças tinham origem ilícita. Ele também afirma que irá tomar as providências jurídicas cabíveis para responsabilizar as pessoas envolvidas na disseminação de informações inverídicas a respeito do fato.

A 8ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil acompanhou os trabalhos da Polícia Civil no cumprimento do mandado de busca e apreensão contra o advogado e irá se inteirar do teor dos autos para adotar todas as providências éticas cabíveis.

A nota da OAB ressalta que seus inscritos, quando acusados de conduta ilegal, são submetidos ao Tribunal de Ética e Disciplina da entidade, e os processos disciplinares são sigilosos enquanto não houver o trânsito em julgado das decisões.